Essa é uma dúvida muito comum aqui no consultório. Aquela coceira na região íntima que você tem todo mês, apesar de muitas pessoas pensarem se tratar de Candidíase, na verdade pode ser que seja Vaginose citolítica. Mas você sabe a diferença entre as duas situações?
Vamos te ajudar a esclarecer.
Atendemos sempre muitas mulheres com a mesma queixa frequente: uma combinação de coceira (prurido), ardência, incômodo durante a relação sexual e corrimento. São sintomas bem comuns nos dois casos.
Mas antes de qualquer coisa é importante explicar que a vagina apresenta uma secreção natural chamada leucorreia, que está presente de forma mais acentuada em algumas mulheres. É essa secreção que mantém a lubrificação e é formada por uma série de bactérias, lactobacillos e fungos, entre eles a Candida, fungo causador da Candidiase. Mas normalmente, estes microrganismos estão em equilíbrio natural e não há infecção. Se houver algum desequilíbrio, por exemplo, na produção dos lactobacilos, pode ocorrer destruição das células da parede vaginal, chamada de citólise, e o pH vaginal fica ainda mais ácido.
Essa situação, geralmente, é desencadeada pelos seguintes fatores:
– Alterações hormonais
– Diabetes
– Excesso de consumo de açúcar
– Estresse emocional
– Higiene inadequada
– Uso de ducha vaginal
– Uso de roupas apertadas
– Uso constante de protetores diários
– Período pré-menstrual.
Você reparou que o período menstrual está incluído na lista e altera o nosso pH vaginal?
Nos dias antes da menstruação, a queda dos hormônios resulta em citólise de várias células, e por isso, que muitas mulheres, principalmente as que abusam dos doces e dos carboidratos na TPM, apresentam esse quadro. Esse excesso de acidez na vagina faz com que tenhamos sintomas similares aos da candidíase, no entanto, um pouco mais brandos. O que diferencia mesmo é o corrimento que deixa de ser branco-esverdeado grumoso.
No momento da menstruação os sintomas aliviam, porque o sangue aumenta o pH vaginal, voltando ao quadro normal.
A importância de saber distinguir esses sintomas se deve ao fato do tratamento da vaginose citolítica ser diferente do tratamento para candidíase de repetição. Na vaginose, o objetivo, além de aliviar os sintomas, é aumentar o pH vaginal. Na candidase, precisamos também tratar o fungo.
Então resumindo todo o assunto: Somente um ginecologista pode te dar esse diagnóstico de forma correta e prescrever o tratamento mais adequado para o seu caso. Em linhas gerais, a candidíase de repetição acontece 4 ou mais vezes por ano e o tratamento pode ser bem longo, chegando a 6 meses. Já a vaginose citolítica, a melhora pode ser mais fácil e rápida!
Agora uma dica importante! Em ambos os casos, a alimentação balanceada, com redução de açúcar e carboidratos, ingestão de bastante água durante o dia, exercícios físicos frequentes e evitar roupas apertadas, podem ajudar na prevenção.
Gostou dessas informações? Que tal permanecer conosco e ler um pouco mais? Temos outros posts bem interessantes sobre assuntos que são dúvidas comuns no nosso blog.
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Dra. Clara Antunes
Além de ginecologista, obstetra, ultrassonografista, também é Fetóloga, estando habilitada a fazer procedimentos diagnósticos no ambiente fetal, guiados por métodos de imagem.
